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Pare a Loucura pela Beleza #stopthebeautymadness

 

Fiquei muito feliz quando recebi a indicação feita pela Victoria Siqueira, para que eu participasse do movimento #StopTheBeautyMadness. Como muitos de vocês já sabem, participo também do #TerçaSemMake, criado pelas meninas do GWS – Girls With Style, que tem em comum com o manifesto Stop the Beauty Madness o desejo genuíno de despertar em nós, mulheres, um olhar mais humano e bondoso em relação a nossa própria imagem e das pessoas em geral.

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Dizem que a gente ensina melhor aquilo que mais precisa aprender. No meu caso, é a mais pura verdade. Como tive oportunidade de dizer em outras ocasiões, repito agora; maquiagem e vaidades em geral são, pra mim, uma rota de fuga. Não da realidade em si (dessa ninguém consegue fugir por muito tempo), mas uma pausa pra respirar colorido em um mundo real onde a crueldade tem seu contraste preto no branco bem marcado. No momento em que pinto o rosto, não me sinto mais poderosa ou inabalável. É só uma casquinha, um verniz de diversão, praticamente a mesma coisa que eu sentia ao fazer duas maria-chiquinhas na infância.

 

Acho fantástico como um pingo de corretivo e um rímel podem fazer sorrir instantaneamente mulheres que nunca tinham se visto “bonitas” no espelho. Um nadinha, sabe, e a pessoa se admira, feliz. Que mal há nisso?

 

O mal está nos outros. Passei da fase de culpar só a mídia. O que veio primeiro, o padrão de perfeição inalcansável exibido ou o julgamento ‘inocente’ daqueles que dizem que a Fulana se chama Raimunda (a feia de cara e boa de… vocês sabem). Feia comparada a quem? Bonita baseada em quê?

 

Todas as tentativas publicitárias que vi, que tentaram usar imagens mais realistas, foram criticadas pela ‘falta de cuidado’. Você pode fazer uma campanha assim, da mulher real, desde que deixe EXPLÍCITO, que aquela é uma campanha feita com mulheres reais, com uma bandeira bem à vista. Experimente pegar uma mulher real e colocar em uma campanha tradicional. O cliente até pode aprovar, mas e o público? Pessoalmente já ouvi críticas sobre a falta de cuidado de uma marca de maquiagem deixar evidentes os poros das modelos. Onde já se viu, não é mesmo um absurdo, uma mulher COM POROS anunciando maquiagem?!

 

Não serei hipócrita: odeio sim minhas olheiras, detesto as marcas de expressão, sou a eterna caçadora do colágeno perdido, o que isso diz sobre mim? Pouca coisa, só que uso corretivo sempre e uns cremes aí. Que me submeto a procedimentos estéticos pra conseguir uma pele boa. Porque eu quero ter. Eu também queria ter 1,75 de altura, mas não há nada que eu possa fazer a esse respeito. Em relação a uma pele melhor eu posso tomar algumas atitudes, é isso que eu faço.

 

Eu amo maquiagem, mas é bem provável que se você me encontrar no shopping, num final de semana preguiçoso, eu esteja só com um rímel e um coque podrinho. Porque sim, porque não é todo dia que quero brincar.

 

Tenho fotos muito desfavoráveis espelhadas por esse mundo do Google. Fazer o quê, os dias – assim como os ângulos – são uns melhores que outros. Não muda na-da na minha vida e absolutamente tudo, o bom e o ruim, passa.

 

Só a mania do julgamento é que demora a passar. Faz pouquíssimo tempo que compartilhei aqui a indignação de uma pessoa que viu na fan page uma foto minha sem maquiagem. Em minha defesa:
a) eu estava de batom.
b) eu estava mostrando o corte de cabelo.
c) ela não me conhece, senão saberia que eu não me preocupo com minha “imagem de blogueira”, coisa que na minha cabeça não existe.

 

A mulher real incomoda muito mais às outras pessoas reais do que qualquer über diva. É como se, mostrando nossa imagem ‘imperfeita’, estivéssemos roubando delas o sonho do glamour alcançado, as princesas Disney, o poder.

 

Amigas, maquiagem é muito legal, mas sai (tem que sair mesmo aliás, senão te deixa com a pele ruim a longo prazo, olha a ironia). Muito mais legal e duradouro é cultivar uma postura mais compreensiva em relação a outras pessoas. Guardar a lupa, as pedras e amaciar a língua.

 

Não é fácil, quando percebo também estou julgando, mas hoje em dia me policio muito mais. Eu nunca vou ser gentil comigo mesma se estiver sempre pronta pra despejar veneno a meu redor.

 

Estou arduamente tentando me aceitar. Se um dia o mundo for capaz de me aceitar também, o lucro é pra todo mundo.

 

E pra continuar o desafio, vou convidar três feras da maquiagem internética: Bruna Tavares; Karen Bachini e Rënatha Däewiez Davies. Mas, de boa, não esperem convite, não! Bora lá participar a vontade 🙂

 

Para saber mais sobre o manifesto, acesse Stop The Beauty Madness.

Para acompanhar as participações, procure pela hastag #StopTheBeautyMadness nas mídias sociais.