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Sobre Sardas e Clareadores

 

É comum a dúvida: sarda é mancha? Manchas são sardas? Dá pra “apagar” (por quê)?

Aproveitando a proximidade do inverno – a melhor época do ano para pensar em tratar manchas por conta da diminuição da radiação solar – aproveitei para pegar as dicas da Dra. Valéria Campos, minha dermato, sobre o assunto. O que são e como cuidar das sardas.

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texto original:

“Sardas são muito charmosas, mas algumas pessoas preferem clareá-las ou removê-las para obter uma pele mais uniforme. São manchinhas arredondadas ou geométricas, de cor castanho ou marrom que geralmente aparecem nos locais mais expostos ao sol, como no rosto, ombros e colo, mas podem se alastrar pelo resto do corpo.

Essas manchas nada mais são do que o aumento pontual de melanina na pele. Quanto mais clara a pele, menor é a quantidade de melanina produzida e por isso a proteção para se defender dos raios solares acaba sendo mais baixa, o que facilita a formação de manchas.

Pessoas morenas também podem ter sardas, mas esse tipo de pele já foi projetado para se defender da agressão da luz solar através da produção de melanina. Como a cor é hereditária, quem tem pele morena tem menos tendência ao aparecimento de sarda.

Basicamente, elas são causadas pela exposição continuada da pele ao sol e tendem a escurecer mais durante o verão. Portanto, para evitá-las, basta se proteger da exposição solar. Vale lembrar que a proteção não deve ser apenas contra o sol da praia ou piscina, mas também contra o sol do dia a dia, inclusive o sol que passa pela janela do carro e de casa.

Isso não significa que os sardentos devem ficar isolados em casa, sem ir à praia, piscina ou fugir das atividades ao ar livre. Basta evitar horários de pico solar, usar chapéus e protetor. O mais indicado para quem tem sardas, é optar por um bloqueador solar, ao invés de um filtro. O produto deve ser reaplicado de 4 em 4 horas e o ideal é que a proteção comece aos 6 meses de idade, pois o sol danifica as células que, no futuro, vão sofrer alterações e dar origem às manchas.

A maioria das pessoas com sardas convivem com elas normalmente. Elas não são nocivas, mas podem se alastrar pelo corpo, se juntar umas nas outras e formar grandes manchas.

É importante frisar que não existe forma de eliminar as sardas definitivamente. Depois de um tratamento, mesmo que a pele esteja protegida por filtros e chapéus, a tendência é que elas voltem. Na internet, você vai achar muitos remédios caseiros que prometem a remoção das sardas, mas eles não funcionam e podem causar manchas ainda maiores na pele.

O que se pode fazer é atenuar a coloração das pintas e inibir seu crescimento. Hoje vocês vão conhecer 6 ativos que fazem exatamente isso:

  • Hidroquinona: ainda é a pomada mais prescrita por ser a mais barata. Ela inibe a ação da tirosinase, uma enzima relacionada à produção de melanina. Mas não deve ser utilizada por mais de três meses, pois em altas concentrações pode piorar a mancha, irritar a pele e até causar manchinhas brancas dentro da mancha. O resultado pode ser potencializado quando utilizada em conjunto com ácido retinoico.
  • Citrolumine: é um preparado botânico que também atua como iluminador. Ele é extraído de frutas cítricas e foi desenvolvido para clarear o tom de pele e despigmentar as manchas em geral, sejam sardassenis ou de sol. Essa substância é segura e seu uso é liberado para gestantes.
  • Idebenona: tem efeito clareador menos potente que a hidroquinona, pois bloqueia a síntese de melanina. Além disso, é mais segura por não ser tóxica, mas também pode causar irritação e amarelar as unhas. Seu uso deve ser simultâneo com fotoproterores durante o dia para conseguir ter o efeito desejado.
  • Arbutin: Derivado da hidroquinona, é naturalmente encontrado em plantas como espécies de folhas de pera, cranberry, uva-ursi e outras. Tem sido tradicionalmente usado no Japão, mas vem sendo usado no ocidente como uma alternativa menos efetiva, porém mais segura que a hidroquinona.
  • Vitamina C: Frutas cítricas, kiwis, espinafre e outras folhas verdes são excelentes fontes de vitamina C. Mas suplementos e complexos vitamínicos ajudam a controlar melhor a quantidade necessária do nutriente.
  • Complexo Lumiwhite: É uma combinação de ácido kójico, diacetil boldina e lipoaminoácidos que agem bloqueando a tirosinase, enzima que estimula a produção de melanina. Não é a mais eficaz, mas é uma boa opção para ser introduzida antes do filtro solar.”

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Vale lembrar que esses ativos podem ser encontrados em produtos de venda livre (com prescrição) em concentrações consideradas seguras para a maior parte da população (caso dos dermocosméticos), mas isso não quer dizer que você deve começar um tratamento sem consultar um médico. Só um profissional é capaz de avaliar o seu caso e, se necessário, prescrever um tratamento combinando vários ativos e concentrações diferentes, tudo adequado para os melhores resultados que sua pele pode alcançar.

Colunas

Mancha, pinta ou marca? Fique de Olho!

 

É comum fazer confusão com tantas denominações diferentes para as tais “pintinhas”. Vamos tentar diferenciar uma coisa de outra neste post, pra que você possa conhecer melhor a sua pele e ficar alerta se surgirem alterações importantes.

Pintas (ou Sinais)

São células acumuladas em determinados pontos, que podem ser pigmentados (coloridos) ou não. Essas pintas podem ser de nascença (congênitas – algumas pessoas chamam de ‘sinal de nascença’) ou aparecerem ao longo da vida de uma pessoa.

Podem ou não aumentar de tamanho com o tempo, mas normalmente são benígnas e apresentam contorno bem definido.

Sempre que falamos em células, é preciso saber que elas podem sofrer alteração em algum momento e sem motivo aparente. Essa alteração é o que conhecemos como câncer.

Por isso é importante conhecer bem sua pele e, principalmente, suas pintas. Qualquer modificação na coloração, tamanho, bordas e texturas deve ser investigada por um médico. Só ele pode identificar lesões com potencial de se transformarem em tumores malígnos (normalmente pintas maiores que 6mm, com formato irregular e bordas indefinidas).

Manchas (ou Máculas)

Manchas são alterações na coloração da pele. Elas podem ser mais claras ou mais escuras do que o tom da pele normal e estão normalmente ligadas à alterações na quantidade de melanina no local.

Entre as manchas, as mais comuns são as sardas; melanoses solares; melasmas (“de gravidez” ou não); e uma variedade grande de manchas brancas.

Sardas

São pontinhos, normalmente acastanhados, que aparecem em áreas com grande acúmulo de melanina.  São mais comuns em pessoas loiras ou ruivas, mas também têm uma forte tendência genética. Ou seja, mesmo que você não seja ruiva, pode ter sardas, sim!

Além disso também existem as sardas que aparecem por superexposição solar. As áreas que foram “queimadas” depois ganham sardas permanentes, como aquelas de nascença.

As sardas podem escurecer ou clarear, de aordo com a exposição à luz) mas não desaparecem.

Melanoses

São as tais manchas que aparecem por exposição solar ao longo da vida toda. Como são fruto de efeito cumulativo, também são conhecidas por manchas senis (mas, podem acreditar, elas aparecem muito antes da idade senil).

Costumam se apresentar como uma mistura de manchinhas de vários tamanhos e tons de castanho (algumas são brancas). A diferença entre elas e as sardas é que são maiores, além de cobrirem uma área maior do corpo – face, braços, mãos, colo e costas.

Melasmas

Também aparecem por conta da exposição à radiação, mas seu surgimento está relacionado a alguma alteração hormonal importante, por isso são tão comuns durante a gravidez, mas também podem surgir durante uso de pílulas anticoncepcionais ou qualquer outro tratamento hormonal. Algumas raças têm tendências genéticas com maior propenção para desenvolver melasmas.

Manchas Brancas

Existem muitos tipos de manchas brancas. No caso do aparecimento delas, só mesmo um Dermato pode diagnosticar e indicar o melhor tratamento, já que algumas delas podem ser provocadas por micoses e outras estão relacionadas com patologias mais complexas.

Por outro lado, manchas brancas também podem ser provocadas por excesso de exposição à radiação, o que esgota a melanina pontualmente, deixando a região despigmentada.

Ih, manchou…

Principalmente no verão, não é raro dar bobeira e acabar ganhando indesejadas manchas causadas pela mistura de alguns produtos e o sol.

Tome cuidado ainda maior quando mexer com: limão e outras frutas cítricas; hidratantes com álcool e perfumes em geral.

As manchas – as vezes chamadas de “queimaduras” – aparecem por uma reação da radiação com esses produtos.

Muitos medicamentos também podem causar manchas na pele quando você está fazendo uso deles e se expõe ao sol.

Picadas de insetos têm uma tendência maldosa de se fantasiar de manchas. Como se não bastasse o incômodo e coceira, néam

Em todos os casos, a recomendação é a mesma: use protetor/bloqueador solar e procure um médico quando perceber qualquer alteração na pele.

Infos:

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Post Publicado no Shampoo de Laranja, em 3 de fevereiro de 2011.