Não é segredo pra ninguém que sou sapatólotra assumida.
Tudo bem, acho que ainda não caí no vício propriamente dito, mas numa paixão arrebatadora que sempre me faz escolher um sapato se a outra opção for uma jóia, por exemplo. De fato, tenho muitos sapatos e nem uma unica peça de joalheria.
Tenho fortes laços emocionais com um bonito par de sapatos como alguém teria com uma colarzinho presenteado pela madrinha. Quer uma correntinha, Vivi? Não, quero um papatinho.
Claro, não guardo minhas sandálias infantis, porque aí já estaria à beira do Transtorno Obsessivo, mas tenho meu “acervo pessoal”. E foi mexendo nele (leia-se tirando o pó) que veio a pergunta desse post: será que tenho aqui alguns pares vintage ou só um monte de sapatos velhos???
As meninas da Oficina de Estilo , indiretamente, responderam minha pergunta, já que encontrei esse post. E nele, a definição do que é Vintage, por Cajon DeSastre.
Para uma peça ser Vintage os requisitos são os seguintes: ter pelo menos 20 anos de antigüidade; ser testemunha de um estilo próprio ou de um estilista; não haver sofrido nenhuma transformação; representar um instante da moda e estar em perfeito estado.
Ou seja:
Podemos concluir que eu posso entrar para o “Clube do Sapato Antigo”, mas não posso dizer que tenho peças vintage.
Escolhi essas peças pra fotografar porque provavelmente algumas de vocês podem se lembrar de alguma delas. Ou das campanhas das coleções, que é quando me conquistam. Por exemplo, essa primeira sandália ficou maravilhosa nos pés da Alessandra Negrini e me apaixonei (o meu pé nem alcança o final da sandália, mas abafa…). Aconteceu a mesma coisa com uma rasteirinha em uma coleção de verão, com a Juliana Paes.
As ankle boots, vejam só, hoje estão em todas as vitrines. Lá nos idos de 2006, quando calçava as minhas, olhavam pros meus pés como se estivesse usando sacos de batata amarrados.
Já a dinossáurica anabela vermelha; essa é acervo puro, né? Não tem como cogitar passar pra frente um par de sandálias que já tem 10 anos e é perfeitamente atual.
O que fica como conclusão é aquilo que a gente já sabe: o grande barato é investir em peças que não sejam muito datadas, ou se forem, que você saiba que realmente vai usar depois. Vejam as tachas, por exemplo. Por mim vou usar até a sandália desintegrar completamente. Abotinados também, indiferente da tendência.
Ai, de repente me deu uma vontade de olhar vitrines…
ARROUBO DE SINCERIDADE: Posso falar? Com a qualidade dos produtos produzidos atualmente, não existirão peças vintage em pouquíssimo tempo. Nada mais é durável. Nossa sociedade de consumo descobriu o descartável (e, pior, nem sempre barato). Não é a toa que não tem marcas mais baratinhas na foto. Esses sapatos a-ca-bam. (atualizado: os meus acabam mesmo, porque quando eu uso, eu USO, amigas. E o calçamento de Jundiaí deixa muito a desejar…)
Roupas, sapatos, acessórios, tudo acaba na velocidade do interesse que desperta. É meio fatalista isso, mas se formos parar pra pensar, nada de muito original aconteceu desde a década de 80. Assim fica difícil marcar um momento da Moda, que, desde então, vive da leitura da releitura, infinitamente.
Ficamos na esperança de grandes mentes criativas. Pra nossa sorte, temos algumas na ativa!