Semana passada fui cobrir um evento mega bacana – que é o próximo post estou subindo imagens – mas queria falar primeiro do que aconteceu antes do evento em si.
A gente tem 365 dias para transitar nos mais diferentes estados de humor, né? Eu só queria conseguir entender a razão, se é que existe uma, de acordarmos doloridas e remelentas (desculpe, mas ‘coriza’ era eufemismo pro meu estado) justo no dia em que precisamos enfrentar umas horinhas em pé, fotografando, no meio de dezenas de modelos enlouquecidas, stylists e cabides, muitos cabides.
A teoria a gente sabe. Banho morno, chá. Um bom produto pra descongestionar a pele e diminuir o inchaço dos olhos, muita máscara nos cílios e v’ambora. Eu tentei, juro que tentei. Usei até cílios postiços, pra vocês terem uma idéia da minha boa vontade em parecer bem, porque a pessoa derrubada acaba puxando pra baixo também quem está ao redor, numa situação naturalmente tensa como um desfile.
Mas, gente, eu estava um caco. Já experimentou estar um caco em frente à mulheres lindas, maquiadas e com roupitcha de passarela? Caco duplo.
Tentei ser a mais profissa possível enquanto por dentro me sentia uns 20 centímetros (ainda mais) baixa, os olhos colados na nuca e com uma janela com vista panorâmica no topo da cabeça, por onde a sensação dolorosa podia entrar e sair.
O melhor remédio foi me deixar envolver pela ansiedade vibrante do backstage, entrar no clima, ouvir o burburinho da platéia, compartilhar o nervosismo das modelas e tentar capturar com a lente máximo possível do momento, sabendo que em breve eu estaria a caminho de casa, com a satisfação do dever cumprido e a certeza de encontrar um edredon fofinho pra me acolher.