Uma resolução novinha em folha do Conselho Federal de Medicina vem jogar luz sobre o pode-não-pode da Divulgação de imagens resultantes de procedimentos médicos.
O documento proíbe a divulgação de imagens de pacientes “antes e depois” de procedimentos médicos; a exposição da imagem de pacientes para divulgação de determinada técnica e a promessa de resultados; a inclusão de selos ou marcas de sociedades médicas em rótulos de produtos e o oferecimento de atendimento à distância, via telefone ou internet, por exemplo.
A nova resolução veda também a participação dos profissionais em ações de divulgação de aparelhos ou produtos (e agora, Dr. Robert Rey??? Aliás, penso cá com meus botões, se o Conselho de Odontologia seguir o exemplo, será que ficaremos livres das insuportáveis propagandas de creme dental com mais benefícios???).
Os médicos estão impedidos de prometer resultados ou anunciar aparelhos que lhes confiram capacidade privilegiada.
A dermatologista Eliandre Palermo, diretora da SBCD (Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica) e membro da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Dermatologia, pondera ainda “Medicina é ciência de meio, não de fim. Cada paciente é único, e pode responder de forma diferente a um tratamento. Não se pode prometer resultados”.
A SBCD também analisa de forma positiva as normas que disciplinam o uso de redes sociais e blogs por parte dos médicos. “Em meio à divulgação massiva de informações médicas, é imprescindível que haja parâmetros para nortear a conduta dos profissionais, de modo a evitar excessos”, afirma a especialista.
Resumo da ópera: os médicos não podem divulgar as imagens fora do ambiente de consultório. Do ponto de vista da manipulação de imagens, que “abrilhantava” resultados, fazendo-os parecerem infalíveis, isso é bom. Diminui a frustração diante de expectativas não concretizadas, de resultados espetaculares.
E é ruim porque nem todo profissional manipulava imagens e essas comparações ajudam muito a tomada de decisão por parte dos pacientes, que visualizavam resultados potenciais em casos semelhantes aos seus.
Pelo excesso de alguns, todo mundo paga a conta. Tomara que isso aumente o diálogo médico-cliente e as dúvidas morram definitivamente dentro dos consultórios, sem que as pessoas precisem ficar angustiadas, procurando ajuda só na internet.