Cena típica.
Abrimos as portas do armário e soltamos aquela exclamação “não tenho nada para vestir!” ao mesmo tempo em que uma pilha de roupas cai sobre nós.
Não é que seja uma mentira deslavada, é só um problema de semântica. Ou melhor, ouvidos masculinos mal treinados que não sabem compreender a chave da mensagem: eu tenho o que vestir, mas nada que seja desse ano. Ou dessa semana (em casos mais graves).
Quem já está treinando o estilo próprio sabe que nem é o caso de querer trocar tudo a cada estação (além de suicídio econômico, essa é considerada uma atitude irresponsável, nesses tempos em que fala-se tanto de viver de maneira sustentável). Mas a idéia é só pontuar com uma ou outra peça nova e assim brincar com aquilo que a gente já tem.
Gosto de comprar pelo menos um casaco a cada ano. Nesse ano, porém, como as opções estavam muito repetidas nos casacos, optei por investir em 4 peças mais leves, que gostei bastante e acho que podem dar um caldo bom com o basicão que habita o closet:
A Jaqueta é em Confort Leather. Essa é Damyller, mas outras marcas também estão trabalhando esse conceito (no Brasil, porque lá fora deixou de ser novidade faz tempo). Não trata-se de couro, mas jeans resinado, que fica com aparência que lembra couro, porém muito mais confortável – e menos barulhento do que couro natural. Paguei pouco mais de R$200, não lembro exatamente. Um bom investimento, na minha opinião. Já usei diversas vezes e sei que vou usar muitas mais. Além disso, tenho outras jaquetas em jeans (não resinado) que já ultrapassaram dez anos de uso e continuamfirmes e fortes.
Todas as outras peças custaram R$49,90, cada. E foram compradas separadamente, em lojas diferentes. Muito bom, né? Sinal de que pelo menos a gente pode enxergar uma linha norteando a fixação dos preços.
O casaquinho floral é em tule com elastano e é muito fofoleto! Todo mulherzinha. Por isso mesmo gosto de misturá-lo com outras peças mais pesadas, como botas sem salto, colar de caveiras e/ou soco inglês, camisete meio podre, essas coisas.
O sweater com botões, da Marisa, é uma das minhas obsessões fashion. Adoro. Nesse inverno estou amando a possibilidade de encontrá-los em padrões floridos, em contrapartida aos lisos de até então. Ele fica legal com peças pretas (já usei com vestido, claaaro) ou qualquer outra cor sóbria (saia e blusa chumbo!). Uso invariavelmente com um sapato de cor forte, como fúcsia ou verde. É, eu uso sapatos verdes…
A Camisa de Renda era uma peça que eu estava com dificuldade de encontrar em um preço que não causasse taquicardia e num tecido que não causasse alergia. Renda que pinica é tudo que a gente não precisa na vida, né? Alé disso uma renda rígida, durona, que normalmente é o caso das mais baratinhas, não tem caimento bom no corpo e deixa a silhueta quebrando nos cantos, desfavorecendo a pessoa e quebrando o romantismo. Até que encontrei essa pechincha nas Pernambucanas! Aliás, se você ainda não foi ver a moda de inverno das Pernambucanas, recomendo fortemente que vá. Tudo muito bem feito, com tamanhos reais e preços acessíveis para material digno, muito bom mesmo. No caso dessa blusa, só vou trocar os botões. São daqueles arredondados, que imitam pérolas, sabem? Não curto. Vou procurar por outros, de metal, pra quebrar a cara girlie da renda com um tapão militar.
P.S.: ainda não encontrei “minha bolsa 2011”.