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Coluna da Chris

Coluna da Chris: Mania de Dieta

 

Observação para antes que os sinos dobrem: aqui no Pop Topic a gente acredita em (re)Educação Alimentar com direito à liberdades poéticas gastronômicas, que não merecem ser chamadas de pé na jaca. A gente come para viver, mas vive comendo (e bebendo socialmente, oras) também.

Dia destes me peguei numa discussão renhida com um nutricionista esportivo – é assim que ele se apresenta – na internet. O tipo é todo trincado, super musculoso e a nossa contenda começou após ele responder a um comentário meu numa notícia qualquer com a frase “gordo não precisa de desculpa, gordo precisa é de dieta”.

Eu não sou especialista em nada: nutrição, dieta, saúde. Sou especialista em ser eu mesma, unicamente, matéria que eu admito ser por vezes entediante, por outras absolutamente irritante e quase nunca digna de atenção. E é baseando-me nesta minha especialidade que digo que o nutricionista soou extremamente preconceituoso. Gordo precisa de dieta por que? E magros, não precisam de dieta? A generalização me incomoda.

Eu não gosto da palavra ‘dieta’. Dieta significa privação. Fazer uma dieta de X pode significar duas coisas: comer apenas X ou nunca se permitir comer X. Honestamente, essa minha alminha transtornada chega a ver isso como um pecado, ter saúde e não comer X apenas por causa de uma… dieta. Não prescrita por um médico, por alguma razão concreta.

Porque dieta, para mim, é isso. Se a pessoa está com colesterol alto, deve fazer uma dieta com baixo consumo daquilo que faz o colesterol aumentar. Super válido. Necessário. Digno. Cada condição de saúde prevê uma dieta específica. E estas dietas devem ser levadas à sério. São muito mais que uma questão de caber num vestido menor.

Fora esse motivo válido, por que é que as pessoas fariam dietas? Dietas são limitantes, incômodas, muito difíceis de seguir por longo período de tempo e normalmente acabam numa explosão de consumo de calorias absurdamente maior do que aquelas que se consumia antes da dita dieta. Muitas delas prejudicam a saúde e privilegiam apenas a perda de peso.

Dieta da sopa, dieta dos pontos, dieta do espartilho – acreditam? A mesma teoria daquela correntinha sobre a qual uma vez falei. Dieta de Beverly Hills, dieta da USP (não sei de onde veio essa), dieta das proteínas… é uma oferta tão grande, e as pessoas embarcam nelas com tão pouca informação que chega a ser até irônico chamar de “dieta”. Mais correto seria tratar como truque, artifício, engodo. Para enganar o seu corpo.

Eu vejo as pessoas fazendo dietas por vários motivos, quase sempre ligados exclusivamente à aparência física. Mulheres adoram fazer dieta para perder alguns quilos. Pessoal de academia adora fazer dieta cheia de batata doce para ganhar mais músculos. E sim, elas funcionam pontualmente, até a página 6. Quem perde muito peso em dieta normalmente perde muita água e massa muscular. Voltar a acumular gordura é apenas uma reação natural depois disso.

Já o conceito de reeducação alimentar me parece não apenas mais sóbrio como também mais realista. Comer de tudo, de forma saudável, por toda a sua vida. Sem sacrifícios extremos. Sem deixar o seu cérebro desprovido dos tão necessários carboidratos, os seus músculos (inclusive o coração) carente de proteínas ou até o seu prazer tristemente privado de açúcar – porque sim, permitir-se o prazer de comer um doce também faz parte do seu bem estar.

A minha conversa com o tal nutricionista acabou no momento em que ele me disse que ser gordo e não se preocupar com a estética (ou o conceito do que é esteticamente aceitável para ele e para a maioria das pessoas) é uma “agressão à sociedade”. Há argumento possível contra esse tipo de afirmação?

Sociedade, desculpa aí se eu sou gorda demais para os seus padrões e você se sente agredida com isso. Em minha defesa, posso apenas dizer que também já fui agredida por você, muitas vezes, quase sempre apenas por me dar o direito de ser quem sou. Mas sem ressentimentos. A amizade continua a mesma.

Coluna da Chris

Coluna da Chris: A Dona Evani

 

Vocês já devem ter ouvido falar da Dona Evani, de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Se não ouviram, conto um pedacinho da história.

A Dona Evani é aposentada, tem 63 anos e no dia 1º de outubro resolveu dar umas bandas por aí. Pegou o carro – um Palio vermelho totalmente quitado e no nome dela – e partiu rumo a aventura. Deixou um bilhete para o filhão, o Vinícius, que mesmo assim não se convenceu. Esperou uma semana e foi, então, à delegacia da cidade registrar queixa do desaparecimento da mãe.

Uma rádio da cidade publicou em seu site uma nota sobre o caso. Contava tudo isso que eu falei aí em cima, acrescentando que a Dona Evani tinha levado umas mudas de roupa e o “carro da família”. Aí é que começa a parte engraçada.

A Dona Evani, usando seu perfil no facebook e muitas letras maiúsculas, foi lá no site comentar a notícia do tal desaparecimento. Indignada, dizia que não estava desaparecida coisa nenhuma. E mais: o carro não é da família, é dela. E que as contas estavam todas pagas. Disse que tem diabetes e que quando teve que extrair cinco dentes, o filho não se prontificou a cuidar dela. E por isso ela resolveu passear. Tomou, Vinícius?

Não o suficiente, porque vinte minutinhos depois, ela publicou outro comentário, com artilharia pesada. Que o filho quando fugiu de casa com a Lorelaine roubou o cartão de crédito dela e fez um empréstimo que ela paga até hoje. Reafirmou que o carro é dela, tá pago. Que não deve nada pro filho, já deu faculdade, deu todos os eletrodomésticos e que – e aqui eu fiquei triste, viu, Dona Evani? – o menino foi adotado, prematuro, pesava só 1,600kg, contra a vontade do pai. “Esse é o pagamento por criar filho dos outros”.

Fiquei triste porque acho que filho é filho, independente da barriga de onde saiu. Quando a gente escolhe ter um filho, a gente faz por amor, né, Dona Evani. Por outro lado, eu entendo que a senhora estivesse se sentindo solitária, sufocada, e que nessas horas a gente fala mesmo o que vem na cabeça. Mas segue o jogo, que eu não sou ninguém para dar conselhos ou fazer filosofia barata com a Dona Evani.

A Dona Evani ficou famosa na internet. Foi para a televisão, ser entrevistada pela Fátima Bernardes. Apareceu em tudo quanto foi jornal e coluna, e sua história foi compartilhada por milhões de pessoas nas redes sociais. Um monte de gente pediu para ser amigo no facebook. Ela aceita todo mundo – até eu.

E é aí que a coisa fica sem graça. Porque, no meio de toneladas de mensagens de incentivo, que a Dona Evani responde uma a uma, ela se dá ao direito, vejam só, de publicar coisas no facebook dela. Coisas que podem até parecer equivocadas aos olhos de algumas pessoas, como a notícia de que a Dona Roseana Sarney pretendia se encontrar com ela em Porto Alegre.

E aí, algumas destas pessoas que a adicionaram, que não conhecem a Dona Evani, que não tem com ela qualquer intimidade, acham que devem ir lá catequizá-la. Que não deve se meter com política, que não deve confiar nos Sarney, que tem gente melhor com quem se afinar. Em outras postagens, novos conselhos e até broncas: que não deveria andar de moto, porque é perigoso. Que deveria trocar postagens por dinheiro, em vez de fazer publicidade de graça para seus amigos. Que a notícia do site de humor que ela compartilhou pensando que era verdade é um boato para desestabilizar o governo. Que…

Peraí, gente. A Dona Evani ficou famosa porque resolveu que queria viver, queria conhecer o mundo, queria ser feliz da porta pra fora… sem dar satisfações a ninguém. E daí aparece esse monte de gente, do nada, querendo ser amigo dela e se permitindo criticar, corrigir e dar pitaco nas escolhas, opiniões e “equívocos” que ela publica? Francamente!

No meio de tudo isso, muita gente é bem intencionada, sim, como os que dizem que andar de moto é perigoso. É perigoso. Mas acho que a Dona Evani tá cansada de saber disso. Ela não é uma criança indefesa. Ela é uma poderosona de 63 anos que saiu de casa sem lenço, sem documento e sem precisar da autorização de ninguém. Ela é quem tem que decidir se assume os riscos de pilotar uma moto ou não.

Mas tem também os exigentes, que ficam bravos e dizem que a Dona Evani só quer aparecer. E se despendem, rancorosos: pra mim deu, fui! Imagino que desfizeram a amizade recém-nascida no facebook com a Dona Evani. Honestamente! De onde sai tanta arrogância? Pedir para adicionar alguém que não conhecem e ainda darem bronca na pessoa. Na pessoa que tem idade para ser mãe, talvez avó, de muitos destes rebeldes senhores de toda a verdade do mundo.

Quem faz isso, aparentemente, não entendeu nada sobre a Dona Evani e sobre o quanto o gesto dela significou. Quem tenta colocar a Dona Evani dentro da caixinha, levando-a inclusive a apagar algumas das postagens “polêmicas”, não é digno de ser amigo dela. Se fosse para isso, melhor seria a Dona Evani ter ficado em casa, esperando que os filhos fizessem por ela o que ninguém deveria fazer: controlar, cercear, criticar e tentar moldar.

Respeitem a Dona Evani, meus jovens. Ela já mostrou que tem coragem de sobra. Não sejam tão exigentes com quem tem muito a lhes ensinar, se não por nada, por já ter vivido mais do que vocês. Se não conseguem ser amigos, não se transformem na palmatória. Libertem Dona Evani!!!

Pitaco da Vivi: mais um exemplo vivo do comportamento universal (e ultimamente internético) que assume que “quem não está comigo, está contra mim”. Relaxaaaa! Às vezes a gente não está com você nem com ninguém. Tá em outro lugar, completamente alheio ao que te interessa… Em outras palavras, pode ser que quem não está contigo esteja, pura e simplesmente, nem aí.

Coluna da Chris

Coluna da Chris: Felizes para Sempre

 

… e então a Perséfone entra na Igreja, radiante, vestindo um lindo modelo tomara-que-caia – tomara que não caia, para o bem das famílias brasileiras! – e diz o “sim” ao seu amado benfeitor, sob o olhar de franca desaprovação dos agora sogros.

Eu sei, falar dessa novela já encheu a paciência de todo mundo. É um contínuo jogo dos erros, que reforça todo tipo de teoria preconceituosa contra mulheres em geral, gordas em especial. O fisioterapeuta bonito que se casa com a enfermeira gorda recebe críticas de todo mundo. Como se fosse a coisa mais normal do universo que todo mundo se sinta no direito de dizer a ele que moça é gorda, que é difícil de abraçar, que não combina com ele, que vai fazê-lo infeliz unicamente por ser gorda.

É normal, gente? Porque, vejam bem, eu estou do outro lado dessa história. Eu sou a gorda. Não sei se algum homem, por sair comigo, teve que enfrentar esse tipo de coisa. Piadinhas fora de hora – até mesmo no altar, vinda de um dos padrinhos -, o absoluto desespero da família, constrangimentos. Eu, certamente, nunca me senti no direito de dizer a quem quer que fosse que seu/sua parceiro/a não era adequado por ser baixo/gordo/moreno (é, estou apenas contrapondo a versão de que a “beleza” é alta, magra e loira).

Eu sei que não sou a única pessoa que acha tudo que envolve a história da Perséfone anormal. Muita gente melhor que eu já falou sobre isso, já reclamou, já fez abaixo assinado, já pediu ajuda aos universit… opa, não, não foi aos universitários, que estes estão em greve, na verdade pediram foi para psiquiatras e analistas falarem sobre o assunto, e eles falaram. Não vi ninguém concordar com a maneira com que o autor conduz a personagem. E vamos convir, é uma obra de ficção.

Mas a verdade é que, bem ou mal, é sucesso. Provoca discussões, polêmicas. As pessoas falam sobre isso. Inclusive no programa da Ana Maria Braga. A Perséfone – quer dizer, a atriz Fabiana Karla – esteve por lá. Defendeu sua personagem, defendeu a si mesma: preciso pagar a Disney das crianças no final do ano! Não é ela quem escreve as cenas, não é ela a criadora da personagem. Fato.

E daí fizeram uma matéria para ajudar as mulheres gordas a escolher o vestido de noiva. Para variar, a coisa é taxativa. Não dizem o que sugerem, mas o que NÃO PODE. NÃO PODE usar véu curto (mais uma vez, obrigada, universo, por me permitir ser alta, porque gorda é curta e tem que procurar se alongar). NÃO PODE usar decote quadrado. NÃO PODE usar enfeites na lateral da cabeça. NÃO PODE deixar aparecer a gordura debaixo dos braços. NÃO PODE usar o vestido que você quer, moça – e, note-se, isso não se aplica só às gordas, a lista do “não pode” na moda serve para todo mundo que não tenha muita altura e pouquíssimo peso.

Eu acho importante dizer, a esse ponto, que eu não peço, nunca pedi, a ninguém que aplauda uma pessoa por ela ser gorda. Do mesmo jeito que não espero que aplaudam outra apenas por ser magra. Às vezes parece que isso não fica muito claro. Não faço “apologia da gordura”, e nem da magreza. Mas será que é demais sonhar com um tempo onde pessoas não se deem o direito de determinar o que é certo ou errado para o outro vestir? Gente! Que imensa pretensão é essa de dizer a alguém que ela NÃO PODE usar o vestido que quer no dia do seu próprio casamento? Separar meia dúzia de modelos e afirmar, em rede nacional, que aquilo é o que ela DEVE usar, como se o resto fosse proibido?

Às vezes parece que é uma luta inglória. Tentar convencer os outros de que não se busca aprovação, mas unicamente aceitação. Viva como quiser viver, vista o que quiser vestir, e me dê o direito – o DIREITO – de viver como quero viver e vestir o que eu quero vestir. Não me parece um desejo descabido. Pode olhar sem medo para as gordurinhas debaixo dos braços da gordinha, eu juro que elas não vão te fazer mal algum. Verdade. Você não terá pesadelos com isso.

Vamos combinar assim: eu deixo você ser do jeito que você quiser, e você me deixa ser do jeito que eu quero. E cada uma veste aquele vestido que gostar mais, aquele vestido que te faz sentir linda, independente de que partes sejam escondidas ou reveladas. Sem críticas. Sem regras. E todas seremos felizes para sempre.

comportamento

Amor Eterno; Amor Verdadeiro

 

Era uma vez, uma pessoa que foi levar um gato ao veterinário e saiu de lá com três filhotinhos de cachorro – além do gato.

Esses três filhotinhos vieram dentro de uma caixinha própria para transportar gatos. Sim, o gato voltou em outra caixa, mas a questão não é essa. Essa ninhada de cães foi abandonada no quintal da clínica veterinária naquele dia. Três cachorrinhos, obviamente irmãos, mas cada um de uma cor. Pra falar a verdade, um mais esquisito do que o outro. Por isso mesmo todos irresistivelmente lindos. Mentira, gente, era uma mistureba de cachorro, mas eu nunca conseguiria voltar pra casa e deixando os gremilings lá, justamente por isso: quem é que ia querer aquela cachorrada genérica abandonada? Óbvio, eu queria. Minha cunhada, a dona do gato em questão, estava comigo, e concordou que se escolhêssemos um só – ou dois – o que ficasse lá seria vítima de encalhe. Voltamos felizes pra casa, já batizando as três cachorrinhas pelo caminho.

Que mal tem, né, a gente mora numa chácara mesmo. Tinha espaço de sobra pra três filhotinhos, que cabiam numa caixa. Pausa para ver os filhotinhos na atualidade:

Bia e Pam*

É, as crianças cresceram bem…Bem mais do que eu até! rs

Depooois, chegou a Lassie, que meu cunhado resgatou perto do trabalho:

Mais tarde chegou a Gabi, abandonada com seus irmãos no meu portão. Todos novinhos e já judiados, famintos. Conseguimos novos lares para eles e ficamos com a Gabinóia, que ganhou esse apelido carinhoso por ser extremamente medrosa e assustada (trauma, eu acho), tanto que tem medo até do clique da máquina fotográfica e me fez entrar debaixo do carro pra fazer essa, que é uma das raras imagens dela…rs

Como vocês podem perceber, esse post é sobre amor.

Todo cachorreiro – e gateiro também – sabe que o chamado desses olhinhos aí é praticamente irresistível. Claro, a gente não pode levar consigo todos os cães abandonados do mundo, mas se você permitir que eu dê um palpite na sua vida, é esse: adote um animal quando puder. Se permita ser amado (e, prepare-se: idolatrado) por essa criaturinha que vai, pra sempre, retribuir seu amor. Multiplicado, garanto.

Por esses dias você verá vários posts, em muitos outros blogs, falando sobre adoção e guarda responsável. A razão disso, além de ser uma campanha eterna pra quem realmente gosta dos bichinhos, é que o Dia das Crianças está chegando e com ele aquele impulso de dar filhotinhos de presente para os pequenos… Mas essa não é uma ideia boa? Pet e criança não são friends forever? Até podem ser, o problema é quando o animal em forma de presente começa a dar o trabalho que qualquer ser vivo dá – alimentação, higiene, saúde – e a família acaba abandonando o pobrezinho, como quem encosta um carrinho ou tranca a boneca usada no armário.

O resultado é a piora de uma situação corriqueira e triste, que observamos nas ruas do país todo, milhares de animais abandonados; transformando-se em um problema do qual ninguém quer se responsabilizar. Daí a importância de aproveitar esse momento de conscientização e divulgar os 10 pilares da Guarda Responsável, para quem se preocupa em fazer do mundo um lugar melhor para os animais:

01. Educação das crianças sobre a necessidade do respeito aos animais;
02. Denúncia e vigilância contra maus tratos aos animais;
03. Castração dos peludinhos pra evitar o abandono dos filhotes não planejados;
04. Vacinação para todos;
05. Visitas regulares ao veterinário;
06. Conscientização contra os abandonos, principalmente no final do ano;
07. Necessidade de auxílio aos cães e gatinhos mais idosos;
08. Alimentação digna e saudável;
09. Espaços adequados para a diversão e bem-estar;
10. Higiene constante do local onde moram e também deles mesmos.

Além disso, nunca é demais dizer que existe diferença entre não ser uma pessoa afeiçoada a animais de estimação – algumas pessoas simplesmente não são, ué – e maltratar. Ninguém é obrigado a criar animais, só que todos são, sim, responsáveis por manter a civilidade em relação a eles. Por isso, sempre que for necessário, denuncie abandono e maus tratos. Você pode até achar que não adianta nada mas, acredite, na medida em que aumentarem as denúncias, aumentará a punição. Pode até demorar, mas a gente sempre pode dar o primeiro passo para melhorar as coisas.

E de repente você gosta de bichinhos mas não pode criá-los. Não tem espaço, não tem tempo nesse momento, não importa. São muitas as Organizações e Protetores independentes que se dedicam a amenizar a situação. Não precisa ser nenhuma ajuda extravagante, não. Procure perto de você – dá uma olhada na sua lista de Amigos do Facebook, certeza que tem cachorreiro lá – e veja como pode ajudar. Ração, medicamento, sempre há algo a fazer, e tudo é importante.

Aliás, se você conhece alguma Organização que precisa de ajuda, dê uma olhada no Programa Max em Ação, da Max Alimentos. O programa é válido para o Brasil inteiro, saiba mais em www.maxemacao.com.br. Foi deles que surgiu a iniciativa para essa blogagem coletiva sobre o assunto, que nós abraçamos com o maior amor.

*PS: é, eu falei de três filhotes e só tem 2 cachorronas nas fotos. Sim, é a parte triste da história. Perversa até, eu diria. Apesar do tamanho gigante (a última vez que conseguimos pesá-las, a balança mostrou 65 kg na Pam!), elas sempre foram dóceis. Parecem filhotes eternos, muito mansas. Como eu disse, moro em uma chácara. Houve um tempo em que a cerca era essas tradicionais de área rural, com arame farpado. Na chácara vizinha havia crianças pequenas, que viviam brincando com as cachorras pela cerca. Um belo dia, um caminhão pequeno, fechado, de mudanças encostou pra fazer a mudança da família. Foram várias viagens, inclusive à noite. Já deu pra ter uma ideia do que aconteceu? Pois é, roubaram os cachorros de casa. No dia seguinte a cerca estava cortada na área do canil. Não sei o que leva alguém a roubar cachorros, mas enfim, foi o que fizeram. Sofri e chorei por mais de uma semana, mas não havia nada que pudéssemos fazer. Até que um conhecido um dia toca a campainha e deixa uma esperança: ele achava ter visto nossos cachorros numa fazenda, a alguns quilômetros dali. Não deu outra, eram elas!!! Imaginem a alegria, nossa e delas, quando chegamos ao local! Infelizmente a terceira não estava lá. Provavelmente a família que as levou percebeu que três cachorros daquele porte eram bem complicados de manter, assim, ficaram com a Lia, que era ligeiramente menor do que as outras e abandonaram a Bia e a Pam perto de uma escola, no meio do mato. Fiquei menos triste, mas apesar da saudade da terceira, essas duas monstrinhas até hoje, agora na terceira idade, são a alegria – e a bagunça, o barulho, as artes – da casa.

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